17 de agosto de 2011

Capítulo 2: Roma

Chego em Roma ainda com o ouvido zunindo por causa do choro daquele bebê na fileira atrás de mim e com muito sono, mas o motorista já está a minha espera e anda rapidinho que nem formiga guiada pelo cheiro de açúcar no meio da multidão. Lá fora a cidade me saúda com belos 450 graus, na sombra.
Como o motorista não sabe bem onde morarei pelo próximo mês, liga para a corretora para pegar referências, que nos levam até a esquina de uma rua com o nome parecido com o da rua onde veramente viverei. Passamos os dois, carregados de malas, pela corretora, ocupada demais ao telefone para nos notar e, depois de cinco voltas no quarteirão, damos de cara com o beco onde o apartamento está localizado.
A primeira notícia é que o elevador do prédio está quebrado e que não há previsão de conserto, já que é ferragosto e a cidade ainda descansa na praia. A má notícia é que o apartamento fica no quarto andar, obviamente.
Subimos uma escada em espiral, pequena demais até para meu pé 33, e depois de umas quatro paradas para fôlego, entramos no apartamento. Feitos os trâmites de praxe, a inglesa me explica que depois de morar quarenta anos aqui, descobriu que é preciso abraçar a burocracia, ligar o f*-se e aproveitar esse enorme museu a céu aberto. O clima é ameno, a comida de dar inveja, o povo alegre e hospitaleiro. O que mais posso querer?
Acesso à internet e ar condicionado, talvez? Hmmmm. Hoje a tarde sem falta ela trará a chave mágica que abrirá as portas domeu mundo virtual  (que eu não me preocupe). Quanto ao ar, as janelas estão todas abertas, assim tenho ar fresco. :-S
Depois de me apresentar para o serviço, agora já bêbada de sono e cansaço, passo no "super"mercado para alguns itens básicos de sobrevivência que cabem dentro da mochila. Chego no apartamento já meio que por osmose e logicamente a inglesa, que perdeu o conceito de pontualidade britânica há anos, não me conectou ao mundo virtual.
Apesar dos 750 graus, deito e durmo pesadamente. Acordo com os sinos da igreja tocando, viro para o lado e durmo de novo. Agora, às 21h, a noite chegou por completo e com ela os pernilongos. É preciso decidir se morro de calor ou de mordidas. Como diria Scalet O'Hara, "amanhã eu penso nisso".

3 comentários:

  1. Amiga, que viagem... é isso mesmo cheguei a viajar com você e a chegar em Roma com você. Adoro seus texto.
    Parabéns por sua moradia, que em pouco tempo será seu LAR. Tudo de melhor para você e que essa mudança de ares lhe traga a realização dos sonhos, daqueles que você ainda nem sonhou, pois esses são os melhores, as surpresas. Beijos.

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  2. Hahahahahahaha... adorei...! lembro-me sempre da primeira vez que saí dos EUA, onde tem ar condicionado até nos parques públicos, e cheguei em Lisboa, onde estava 40ºC e o ar condicionado da colega que me recebeu estava desligado... Juro que pensei que ela era doida... depois descobri que mesmo tendo em casa, pouca gente usa ar condicionado, acham "que não precisa", que é pouco ecológico... hum... am I a bad person for not giving a crap?

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  3. Oh, Vivi, o pior é que eu sou uma dessas que acha que "não precisa" porque a gente acaba sem respirar ar fresco na casa, mas fiquei mal acostumada com o AC gélido dos EUA. Hábito é coisa difícil de livrar, não é mesmo? Mas isso não te faz uma pessoa má (ainda).

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