30 de agosto de 2010

Seria cômico



Uma semana depois de minha dieta de 800 calorias por dia de pura proteína eu perdi... perdi... perdi o quê mesmo? Ah, minha memória.

26 de agosto de 2010

Eating better

http://www.cbsnews.com/2300-204_162-10004624.html?tag=page

Happy National Dog's Day!


Eu não gosto de cachorro. Não gosto dos pequenos, nem dos grandes, nem dos minúsculos, nem dos de caça, nem dos peludos, nem dos pelados.
Não acho uma graça o focinho gelado e molhado deles, nem as patas em minha roupa limpa, nem o rabo abanando.
Não acho higiênico você beijar na boca dele, nem dormir com ele, nem ficar com ele dentro de casa, nadar na piscina com ele, nem passear no banco do seu carro.
Não aprecio o xixi no elevador, o cocô que você não recolhe em meu caminho para o trabalho, nem sentar em seu sofá cheio de pêlo (tudo com acento diferencial).
Não quero ver as brincadeiras que ele aprendeu, nem ouvir o latido dele, nem saber como você gasta mais dinheiro com ele do que com você mesma.
Não gosto quando você chama cachorro de "filho", não quero vê-lo no restaurante que frequento, nem  ouvir seu latido, não quero ele no meu quintal tampouco.
Não, eu não gosto de cachorro.

25 de agosto de 2010

As pessoas de Fernando Pessoa

I don’t know how many souls I have.
I’ve changed at every moment.
I always feel like a stranger.
I’ve never seen or found myself.
From being so much, I have only soul.
A man who has soul has no calm.
A man who sees is just what he sees.
A man who feels is not who he is.

Attentive to what I am and see,
I become them and stop being I.
Each of my dreams and each desire
Belongs to whoever had it, not me.
I am my own landscape,
I watch myself journey -
Various, mobile, and alone. 
Here where I am I can’t feel myself.

That’s why I read, as a stranger,
My being as if it were pages.
Not knowing what will come
And forgetting what has passed,
I note in the margin of my reading 
What I thought I felt. 
Rereading, I wonder: “Was that me?”
God knows, because he wrote it.

17 de agosto de 2010

Eu preciso saber


Então, sábado, na aula de natação (depois eu conto essa estória) a professora está com uma caca no nariz. A coleguinha de classe conta para ela que, na maior boa diz, "Olha, se tiver qualquer coisa saindo do meu corpo, PELAMORDEDEUS me avisem."
Adoro gente descolada que põe logo as cartas na mesa. Porque eu mesma já passei dias me perguntando como falar pra uma pessoa que ela está com mau hálito ou para uma mãe de aluno adolescente que ele fedia.
Sim porque isso também envolve o nível de intimidade que se tem com alguém ou os costumes do lugar. Dizer o quê para nariz escorrendo? Braguilha aberta? Papel higiênico no sapato? Fico eu mais embaraçada do que o pobre coitado.
Enquanto nem todo mundo leu o manual de etiqueta, só por desencargo de consciência, repito as palavras de minha professora "PELAMORDEDEUS me avisem".

13 de agosto de 2010

Que sei eu do que serei, eu que não sei quem sou?


Estou com medo de assistir Eat, Pray, Love. Tem um diabinho no meu ouvido direito me pedindo pra ver (e eu escuto melhor do ouvido esquerdo desde que estourei o tímpano quando era criança) e um anjinho no meu ouvido direito me dizendo pra evitar aborrecimentos.
"Ora", meu cérebro racionaliza, "você adora a Júlia Roberts, o enredo é ótimo e adora comédias românticas...mas peraí, a estória não é comédia e nem é romântica". Achei o medo. Medo de terem trivializado a busca real e tangível do que se quer em estória hollywoodiana. Mesmo porque saber o que se quer leva tempo, disciplina e coragem. E mesmo porque a moral da estória é que cada um tem de procurar sua receita do bolo, entende?
Eu continuo parada, ainda que os doutores da cabeça me dêem tapinhas nas costas e felicitações. O que fazer da "nova" Marília está longe de ser projeto. É mais, digamos, a vontade de querer ser projeto. Ontem fiquei até tarde pensando no que fazer com minhas férias. Sei bem o que não quero. Não quero ir ao Brasil. Não quero ficar nos EUA. Não quero ir onde já fui. Não quero ter medo de tentar coisas novas, de ir sozinha e ficar sozinha e tentar descobrir sozinha. Não quero ter preguiça, nem horário marcado, nem surpresas desagradáveis. Não quero fazer esforço, nem esperar nada.
Enquanto isso, eu penso se assisto o filme ou se leio, pela quinta vez, o livro.

9 de agosto de 2010

one mississippi, two mississippi, three mississippi...



Eu bem que tento ser boazinha. Mesmo. Mas aí dou de cara com a ignorância e a estupidez e vai tudo pelo ralo. E meu índice diário de tolerância está cada vez menor.

Tem aqueles do prédio onde moro, sumindo chaves, colando adesivos nos carros, criando novas regras que não ajudam em nada, ligando pra mim pra constatar o óbvio, trocando o lugar das minhas autorizações...

Tem os "clientes" com os emelhos sem loção, as ligações sem pé nem cabeça, os vistos sem passaporte, os passaportes sem dinheiro, as cartas que não dizem nada, as reclamações de que não falam espanhol....

Tem a companhia de seguro e meus médicos, as taxas abusivas, os horários sem condição e os pagamentos sem reembolso, os emelhos sem resposta, o óbvio, o óbvio...

Tem os "colegas", os "conhecidos dos desconhecidos", os sabe-tudo...

Depois reclamam que eu sou grossa.

7 de agosto de 2010

At last

Precisou uma virose ou qualquer-coisa-que-valha para eu finalmente tirar tempo e recomeçar meu blog. Depois de merecidas férias, no meu novo-velho apartamento, em uma noite de sábado, está tudo claro e quente em Hotlanta, inclusive a sopa que tomo, mais por gula do que por fome e mais para dar combustível para meu corpo combater as bactérias e vírus e fungos do que por vontade de comer. Queria mesmo um Haagen-Dazs de framboesa que vi no mercado quando fui comprar remédio, mas num tô podendo, sabe?


Então é assim, suando que nem chaleira, que vou falar do meu reencontro com a Sarah McLachlan. Nos encontramos aqui (imaginem!) no meio do verão sulista. Ela bebendo vinho branco e eu, água.  Ela toda de preto e eu de poá. Ela totalmente acompanhada e eu sozinha, quase que despreparada. Não que adiantasse estar preparada porque quando ela abriu a boca foi aquele assombro e voltei a ser aquela Marília que assistia Felicity e Dawson's Creek e que tomava banho aos berros no chuveiro (coitada de minha mãe) com a fita (rã rã) de Mirrorball a toda na TV. Ah, aquela Marília era tão inocente e tão triste e tão sonhadora e tão diferente desta Marília. 


E a gente conversou, falou do passado, escapou de fazer planos pro futuro e ficamos no momento mesmo, curtindo que nem duas amigas que não se vêem há tempo. E aí eu lembrei o quanto somos parecidas e o porquê de nossa afinidade e me enchi daquele gostinho familiar de saudade e de aconchego também. Se tem foto? Tem sim, mas to achando a foto tão aquém do que aconteceu, tão pequena... assim que baixar os áudios, porém, eu garanto que posto (será que posso usar o verbo "postar" assim?). 


Agora, de volta para o meu apartamento, enquanto eu escrevo com o corpo doído e a garganta coçando, curto os últimos momentos desse sentimento gostoso que foi tirar férias, rever amigos e ídolos e me reencontrar. Boa noite.