22 de agosto de 2011

Conselhos cínicos de uma velha cidadã do mundo*



Querida amiga mulher,
Hesitei muito em escrever essa carta, pois penso que conselho nunca é a maneira menos eficaz de ajudar um necessitado, mas diante das parcas opções, esta lhe servirá por agora. Lembro-lhe que também fui jovem e tive, como você e até mais, amores impossíveis e arrebatadores. Ffalo com juízo de causa.
Antes de sair de seu país para viver com sua cara-metade, considere as seguintes questões: você é adulta e deve se responsabilizar pelas suas decisões. Não adianta culpar o país do outro, a família do outro, a cultura do outro. Se você já é grande o suficiente para decidir morar com o outro, é grande o suficiente para assumir seus erros.
Aprenda a língua antes de ir morar no país e de ter filhos com ele. Nunca se sabe o que vai acontecer. Ele pode morrer em um acidente, ir pra guerra, ser raptado ou simplesmente te espancar diariamente e você vai precisar saber se comunicar se quiser sobreviver.
Creia que todo ser humano, sob certa pressão, é capaz de fazer coisas que normalmente não faria. Aquele homem doce, carinhoso, amoroso pode sim se tornar o monstro que te tranca em casa e rapta seus filhos. Assim como você também, sentindo-se ameaçada, é capaz de muito mais.
Não se pode ter o melhor de dois mundos, então aprenda a conviver com as diferenças e a não ligar a cada briga para o consulado brasileiro. Crie ao seu redor uma rede de proteção e comunicação constante com outras pessoas. Assim, caso necessário, você terá testemunhas e com quem contar.
E por último, simplifique sua vida. Quanto menos maridos, filhos, divórcios, casamentos e nomes você tiver, mais perto da paz almejada você estará, não importa onde ou com quem.

* Baseado em fatos reais e no livro que estou lendo.

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