31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo



Dois mil e dez foi um ano difícil. Talvez o mais difícil de toda a minha vida. Não que dois mil e nove tenha sido fácil, mas era mais fácil apontar os problemas no ano passado. Neste ano, convivi boa parte com meus fantasmas. Não me iludo: o que doia ontem, dói hoje do mesmo tanto ou mais. Tive de aceitar minhas limitações, minhas responsabilidades e descobri coisas em mim que até hoje tenho dificuldade em enunciar. Mas cresci, me conheci melhor e me esforcei mais do que achei que seria capaz.
Sim, estou exausta. Chego em trinta e um de dezembro completamente exausta de lutar e de mim. Não carrego esperança, nem planos para o futuro. Meu futuro é agora. É a próxima hora. Ao mesmo tempo, chego grata. Satisfeita e meio assustada de ter chegado aqui e estar conseguindo viver no meio do cinza. Imensamente surpresa com os amigos que tenho. Aprendendo minuto a minuto a aceitar quem eu sou e descobrir em que consiste minha vida. Sou mais o andarilho do que o peregrino. Às vezes desfaleço. Há dias em que mal me movo e noites em que ando léguas. O importante, agora, não é ir em direção a um objetivo, mas continuar andando, faça chuva ou faça sol. Meu maior obstáculo hoje sou eu mesma. Minha maior aliada, eu mesma. Não ouso dizer "que venha dois mil e onze". Só sigo respirando, vivendo e, ocasionalmente,  celebrando o fato de ainda estar.

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