2 de junho de 2011

The bigger person



Apesar de vivermos expostos à idéia de inimigos, raramente encontramos pessoas que têm inimigos. Eu, por destino ou acaso, sou uma delas.
Meus inimigos não são como os personagens de quadrinhos, altamente maquiavélicos e maniqueístas, embora eu tenha enorme dificuldade de ver seu lado humano. Tampouco são pessoas com superpoderes ou publicamente odiados. Na verdade, desde cedo, percebi que meus inimigos são assim uma mescla de Darth Vader ("I'm your father, Luke") com Coiote (os inúmeros planos infalíveis). A paixão com que me odeiam e os meios que escolhem para me prejudicar são assustadoramente reais, embora haja uma linha tênue que espera que no fim eu me redima e vá para o lado negro da força.
Confesso que apesar de tantos anos convivendo com mais do que a idéia de ter um inimigo, ainda não me acostumei com a realidade tangível de ter um ali mesmo na sala ao lado. De fato, o que mais me incomoda é não saber como agir. Ser o super-herói que dá a mão quando o inimigo está na beira do abismo só para ser ludibriada novamente ou usar meus raios mortais para eliminá-lo totalmente? Talvez desarmá-lo para que a polícia tome conta ou ainda ser a melhor cristã e dar a outra face?
Enquanto nado nesse mar de criptonita que é a dúvida, descubro que independente do meu inimigo e como vou eliminá-lo, aprendo cada dia mais sobre a capacidade humana de ser intrisicamente má. Com ou sem acento.

Um comentário:

  1. Sabe Marilia, eu sempre fui uma dessas pessoas que os outros ou adoram ou odeiam. Com o tempo, e principalmente com a experiência fatídica de Houston, aprendi algumas coisas... uma é que quando as pessoas não gostam de vc não tem nada que vc possa fazer para que elas passem a gostar. A outra é que, se vc se irrita com a situação, dá motivo real e alimenta o tal "desgosto", nascem os inimigos for life.
    Believe it or not, ficar na nossa é sempre a melhor estratégia... isso ou mudar para Roma :-)

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