3 de maio de 2012

Do que é bom



Tempo atrás eu estava com uma alergia estranha nas pernas e meu dermato me passou uma loção para aliviar os sintomas. Nunca precisei usar, mas agora que o calor está chegando em Roma, a pele começou a reclamar e eu fui atrás da dita cuja, que tem o charmoso nome de "Sarna". Acontece que a Sarna tem um cheiro forte e não muito agradável e, tal qual o nome em português, gruda na pele de tal modo que nem múltiplos banhos conseguem tirar. 

Daí que eu comecei a pensar que tudo isso que "faz bem" quase sempre faz mal ao nariz. É muito chique xampu de aloe vera, mas passar babosa no cabelo espanta qualquer prospecto de namorado. Do mesmo modo, a pomada hipoglós que está no mercado desde que eu me entendo por gente e que serve pra queimadura e valha-me-Deus-o-que-mais tem o aromático cheiro de óleo de peixe, igualzinho ao da Emulsão de Scott.

O que é bom para gente não tem glamour nenhum. O par de estiletos, o corsete, a massa... tudo isso faz mal, mas a gente vai sacrificando assim mesmo e deixando o humano na gente para aqueles dias em que estamos sozinhos e nem o vizinho abelhudo consegue ver. Aí colocamos as pantufas de urso panda, o pijama de flanela e a máscara de argila do Mar Negro e dançamos no meio da sala, de preferência com uma cenoura no papel de microfone.

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