Depois de quarenta dias sem entrar no facebook e na minha amada fazendinha, além de muita terra para arar, fiquei com várias questões dançando em minha cabeça.
A primeira coisa que notei é que com a disseminação dos telefones inteligentes, a nossa tendência é preferir estar ligado ao mundo virtual. Pelo menos aqui nos Istaites, percebi que é cada vez maior o número de pessoas que estão acompanhados e mesmo assim acessam seus celulares constantemente para ver se têm novas mensagens, mensagens de texto, updates ou mesmo para checar o tempo. Não falo daqueles momentos em que um puxa o telefone para procurar a resposta para a pergunta sobre a qual todos teorizam e poucos, ou nenhum, têm a resposta.
Você já presenciou isso, se parar para pensar. Está com um amigo tomando um café e ele, mecanicamente, aperta o botão do celular como que para ter certeza de que não perdeu uma ligação, um update, uma foto ou... o quê mesmo?
Daí vem a pergunta: é mais importante, melhor, fundamental, estar com esse amigo ali, no momento, nem que seja em silêncio ou fugir para o mundo virtual de pessoas que só se veem uma vez por ano? Confesso que em várias ocasiões me senti mal. Era quase como se eu não estivesse lá ou como se fosse melhor que não estivesse. E senti culpa também, pois bem sei que fiz alguns passarem por isso.
Que vazio que faz com que procuremos na matrix a resposta para uma pergunta que nem sabemos qual é? Que emoção virtual pode suplantar a real? Que experiência? Me preocupo se daqui a algum tempo seremos capazes de viver o agora, a dor, a alegria, uma emoção qualquer que seja real. Suportar uns aos outros, a realidade, a solidão de ser dois ou mais. Me pergunto se queremos escolher, se percebemos onde essa trilha está nos levando. E como exercício, sem pretensão alguma de disciplinar, sugiro que você exercite por uns dias seu poder de estar totalmente presente na realidade, sem se preocupar com o que está acontecendo virtualmente e me conte depois como foi essa experiência. Não se preocupe, you will be back.
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