30 de novembro de 2010
A gente não quer só comida.
Hoje teve novo dotô da cabeça. Dotôra, agora. Já comecei a assustando ao dizer que ela era a terceira em menos de três anos nos istaites. A pobrezinha me abriu um olho que só vendo. Me recebeu em uma sala pequena, arrumadinha até, com quatro poltronas e nenhum divã. Sentamos assim, cara a cara, mas não me senti afrontada nem invadida. Conversou comigo como se fôssemos conhecidas de longa data e não fez as perguntas mais óbvias que eu antecipava.
Olhando para trás, vejo o quanto a terapia me ajudou a ser uma pessoa melhor, principalmente quando eu estava tão envolvida comigo mesma que não conseguia ver um Rudolph na minha frente. No entanto, ainda encontro dificuldade de falar sobre o tema com muitas pessoas. Para minha família, quem vai ao psicólogo está louco. Para certos amigos, depressão é coisa de preguiça de sair, se animar e curtir a vida. Para outros, falta de fé em Deus. E olha que estou falando de gente que me acompanha há vários anos. Gente que pôde ver, palpavelmente, quem era e quem sou. Melhor dizendo, como era e como estou.
Na verdade, do que sinto falta mesmo é de gente que fique ao meu lado, mesmo que calado, quando bate a crise e as neuroses são grandes demais para segurar. Gente que não sinta pena e entenda que, por aquele momento pelo menos, preciso de atenção e respeito. Hoje, na salinha da minha nova dotôra da cabeça, me senti bem porque ela me mostrou que é possível ter esperança e objetivos e que não estou sozinha nessa luta.
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